O Ministério
Público do Paraná (MP-PR) afirma que o prefeito de São Jerônimo da Serra, no
Norte Pioneiro do Paraná, João Ricardo de Mello (PPS), preso nesta quarta-feira
(16), chefiava o esquema que fraudava licitações municipais. “O prefeito está no
ápice da pirâmide, nada acontecia sem ele saber, sem ele dar anuência. O
prefeito tem total participação nos crimes”, pontuou o promotor Jorge Barreto.
O Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, nesta quarta-feira
(16), uma operação contra suspeitos de participar de um esquema que fraudou
licitações. O prefeito e mais sete foram presos preventivamente, que é por
tempo indeterminado.
Segundo as
investigações, a prefeitura adquiriu uma quantidade de produtos acima do
necessário ou itens desnecessários, sobretaxam os valores ou simplesmente
faziam uma licitação para justificar a aquisição ilegal de produtos.
O vice-prefeito
Laércio Pereira Correia, a secretária de Saúde e um servidor também foram
afastados dos cargos por determinação da Justiça. Correia chegou a ser preso em
flagrante por posse ilegal de arma, pagou fiança e foi liberado momentos
depois.
O advogado que
informou que representa o prefeito e o vice-prefeito disse que só vai se
manifestar após ter acesso ao processo.
"Já visto"
A ação, que foi
batizada de “Dejá Vù”, está cumprindo 43 mandados de busca e apreensão em
residências, empresas de suspeitos de envolvimento no esquema, prefeitura e
secretarias municipais de São Jerônimo da Serra.
Além de São
Jerônimo da Serra, os mandados são cumpridos em Curitiba, Londrina, Cambé,
Cornélio Procópio, Assaí, Cruzmaltina e Nova Santa Bárbara.
Na ocasião, as
investigações mostraram que um grupo, que era composto pelo prefeito da época,
contratou ilegalmente empresas para desviar recursos públicos da prefeitura.
Foram denunciadas 39 pessoas e o
prefeito foi cassado.
“Estamos diante de
um quadro de realização de licitações para aquisições de peças automotivas,
produtos hospitalares e outros objetos de forma ilegal. O esquema era o mesmo
de 2014”, detalhou o promotor Jorge Barreto.
Entre os produtos
comprados pelo município, estão peças automotivas, o MP descobriu que em alguns
casos esses itens não eram entregues ou se eram entregues não eram
substituídos, pilhas para a Secretaria Municipal de Saúde e produtos diversos
para a secretaria Municipal de Educação.
Vice-prefeito investigado
O promotor Jorge
Barreto explica que o vice-prefeito não foi preso, mas o afastamento foi
autorizado pela Justiça porque Correia dava anuência ao que acontecia na
prefeitura.
“Ele não
determinava diretamente um acordo, mas tinha conhecimento. É a mesma situação
da secretária municipal de Saúde, ela também tinha conhecimento do esquema”,
acrescentou.
O Ministério
Público afirma que os investigados devem responder pelos crimes de organização
criminosa, peculato, corrupção e fraude a licitações.