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10 Oct
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Walmir Fernandes/MST/Divulgação

O Assentamento Eli Vive, do MST  (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Londrina, inaugura no dia 16 de outubro o Complexo Agroindustrial de Grãos Agroecológico, com capacidade para beneficiar até 40 toneladas de feijão por dia. A data foi escolhida para coincidir com o Dia Mundial da Alimentação e da Soberania Alimentar.

A obra é resultado do trabalho da Copacon )Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista), fundada em 2015 e sediada no assentamento. Com a nova estrutura, a cooperativa passa a integrar o grupo de unidades do Paraná com capacidade de processamento de feijão em escala industrial.

A nova agroindústria foi estruturada para atender à demanda de produtores do assentamento e da região. O espaço possui equipamentos de seleção, limpeza e empacotamento do feijão, permitindo o beneficiamento de diferentes tipos de grãos, como o preto e o carioca.

Com a operação, a Copacon amplia sua linha de trabalho, que já inclui uma agroindústria de milho não transgênico, responsável pelo beneficiamento de fubá, biju e canjiquinha. O feijão é tradicionalmente cultivado na região entre uma safra e outra de milho, e agora poderá ser processado dentro do próprio assentamento.

O diretor-presidente da cooperativa, Fábio Herdt, afirma que a unidade foi planejada para atender produtores de diferentes portes.

“São equipamentos com tecnologia de ponta, capazes de identificar e separar o grão de feijão preto do carioca e fazer o processamento do grão com a maior qualidade possível. Vamos poder comercializar o produto a preço justo, valorizando o trabalho dos agricultores”, afirma.

Reprodução/MST

A nova unidade deve gerar cerca de 30 postos de trabalho diretos e oferecer o serviço de beneficiamento também a agricultores familiares de Londrina e municípios vizinhos.

A Copacon conta atualmente com 500 associados e entrega, por ano, duas mil toneladas de alimentos a escolas do Paraná por meio dos programas PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).

Evento e formação

A cerimônia de inauguração está marcada para as 7h, com café da manhã coletivo, seguido pela conferência de abertura e o ato oficial. A expectativa é de aproximadamente três mil participantes, entre assentados, representantes do governo federal, autoridades locais e apoiadores.

O evento contará com a presença de ministros, autoridades políticas e do economista João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST, que ministrará a conferência “Cooperação e a Agroecologia na Produção e Agroindustrialização de Alimentos na Reforma Agrária”.

Após o ato, haverá visita técnica à nova estrutura e almoço comunitário de encerramento.

Cooperativismo da reforma agrária no Paraná

O sistema de cooperativas ligadas à reforma agrária no Paraná reúne 25 cooperativas, 62 agroindústrias e cerca de 100 associações. Essas unidades movimentam R$ 150 milhões por ano, geram cerca de 300 empregos diretos e envolvem 5,4 mil famílias cooperadas, além de 30 mil famílias atendidas entre assentados, agricultores familiares e comunidades tradicionais.

Entre as principais linhas de produção estão leite, milho, arroz, feijão, hortifrúti, ovos caipiras, mel, derivados de cana, polpas e sucos de frutas, panificados e erva-mate, além de cozinhas comunitárias.