Jéssica Sabbadini - Redação Bonde Foto: Cleverson Rodrigues/Prefeitura de Bandeirantes
A Prefeitura de Bandeirantes (Norte Pioneiro) decretou estado de emergência por conta da estiagem e da seca no município de pouco mais de 30 mil habitantes. A escassez de chuvas já impactou o abastecimento de água para moradores da zona urbana e da zona rural.
O prefeito de Bandeirantes Jaelson Matta (PL) diz que a última chuva volumosa na cidade foi registrada no mês de março e, desde então, a precipitação vem ocorrendo de maneira esparsa, o que dificulta o aumento do volume dos rios, dos açudes e do lençol freático. Em agosto, de acordo com informações do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), a cidade registrou cerca de seis milímetros de chuva.
Matta afirma que o baixo nível de água no lençol freático causou a queima de duas bombas em poços artesianos que abastecem diversos bairros, deixando pelo menos 2,4 mil pessoas na zona urbana sem água. Para garantir o abastecimento, caminhões-pipa estão sendo utilizados para transportar mais de 800 mil litos de água potável. Na zona rural, 70 famílias também estão sem água por conta da seca, já que muitos utilizam cisternas para coleta de água ou ‘poços caipiras’, com profundidade inferior a sete metros.
A falta d’água também atingiu três escolas da cidade, que estão sendo abastecidas por caminhões-pipa. Apesar disso, as aulas não foram suspensas. De maneira geral, o abastecimento está sendo feito de maneira racional e, por isso, o prefeito destaca a importância do consumo consciente.
Matta explica que o município aproveitou o decreto publicado em maio pelo Governo do Paraná (n°10.047), que declara situação de emergência no Estado por conta da estiagem prolongada, para acessar algumas ações de urgência, como a contratação de caminhões-pipa para abastecer a população mais afetada. Com o decreto de emergência, o prefeito afirma que é possível reduzir o tempo gasto em um processo licitatório, que pode chegar a 90 dias.
Nas últimas semanas, o prefeito disse que esteve em Curitiba para pleitear cestas básicas às famílias atingidas e a participação em um programa de fornecimento de caixas d’água, já que cerca de 30% dos domicílios não contam com os reservatórios. “A gente não sabe o quantitativo e não quando deve vir, mas eles vão financiar os caminhões-pipa que a gente está tendo que contratar”, detalha, acrescentando que também foi solicitado a perfuração de poços artesianos.
Os dois rios que cortam a cidade, o Rio das Cinzas e o Rio Laranjinha, estão com um volume muito abaixo do normal, sendo que o leito já está aparente em alguns pontos. “O cenário está preocupante”, alerta o prefeito, complementando que parte do abastecimento de água potável da cidade vem do Rio das Cinzas. “Se continuar secando desse jeito, nós vamos ter dificuldade em continuar captando água”, afirma.